Acessibilidade no LMS Moodle: guia prático com plugins, correções e testes reais

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24 out 2025

A acessibilidade no LMS Moodle não se limita ao design da plataforma — ela começa no conteúdo e nas boas práticas de quem o produz. Neste artigo, Marcelo Claro apresenta ferramentas e estratégias para tornar cursos mais acessíveis, do uso de plugins como o Brickfield e o VLibras até testes com usuários reais. Saiba como corrigir erros comuns, gerar relatórios completos e incluir alunos com diferentes deficiências de forma responsável.

Ferramentas para tornar o LMS Moodle mais acessível

A base do LMS Moodle já é desenvolvida com diretrizes do consórcio W3C, o que garante compatibilidade com leitores de tela. Mas é preciso ir além: Marcelo Claro apresenta plugins, práticas e testes essenciais para promover acessibilidade real no ambiente virtual de aprendizagem.

Principais ferramentas:

  • Verificador de acessibilidade integrado (ex.: Brickfield)
    Analisa elementos HTML, destaca erros comuns e sugere correções diretamente no conteúdo.
  • Kit de ferramentas de acessibilidade
    Faz uma varredura em todo o curso, gerando relatórios com gráficos e listas de prioridades.
  • Bloco de acessibilidade (plugin)
    Permite que alunos ajustem fonte, contraste, tipografia e utilizem leitor de texto.
  • Integração VLibras
    Plugin gratuito com avatar que interpreta textos em Libras diretamente no Moodle.

Melhores práticas para criação de conteúdo acessível

Texto alternativo (alt) em imagens

  • Imagens informativas devem ter uma descrição objetiva no atributo alt.
  • Imagens decorativas devem ter alt="" (vazio), para não distrair leitores de tela.

Contraste de cores

Verifique se o texto tem bom contraste com o fundo. Isso facilita a leitura para pessoas com baixa visão, daltonismo e outros tipos de deficiência visual.

Uso de links

  • Evite “clique aqui”. Use descrições completas, como “acesse o formulário de inscrição”.
  • Informe quando o link abrirá em nova janela ou prefira abrir na mesma aba.

Ícones com classes incorretas

Ícones decorativos devem ter aria-hidden="true". Já os informativos precisam de texto alternativo oculto (por exemplo, via label ou título).

Análise automatizada: como usar os recursos do Moodle

Verificador de acessibilidade (por recurso)

  1. Edite o recurso (ex.: rótulo, página).
  2. Expanda a área de edição HTML.
  3. Clique no botão “Verificador de acessibilidade”.
  4. Aplique as correções indicadas.

Vantagem: mostra exatamente onde está o erro.
Limitação: pode interpretar mal a intenção do autor (ex.: ícones estilizados como itálico).

Kit de ferramentas: análise do curso inteiro

  1. Acesse Administração do curso.
  2. Vá até o Kit de ferramentas de acessibilidade.
  3. Clique em “Enviar para análise”.
  4. Acesse o relatório com:
    • Gráficos
    • Lista de erros por atividade
    • Links para edição
    • Priorização de correções

Recomenda-se usar após montar o curso e sempre que grandes atualizações forem feitas.

Exemplos práticos de texto alternativo

  • Imagem de professor com informação relevante:
    alt="Foto de Marcelo Claro, 50 anos, 1,70 m, barba, cabelo grisalho penteado para o lado"
  • Imagem decorativa de borda ou ícone visual:
    alt=""

Dica: descreva nome, papel e características visuais úteis, de forma objetiva e sem julgamentos.

Checklist de verificação rápida

ItemVerificação
Imagens informativasPossuem alt descritivo?
Imagens decorativasTêm alt=””?
ContrasteTexto legível sobre fundo?
LinksTexto descritivo e aviso de nova janela?
Íconesaria-hidden ou descrição alternativa?
Elementos semânticosUso correto de strong, em, cabeçalhos?
Testes com usuários reaisFeedback de alunos com deficiência foi coletado?

Procedimento recomendado para acessibilidade

  1. Monte o curso com todos os conteúdos.
  2. Rode a análise global com o Kit de ferramentas.
  3. Liste os erros e priorize.
  4. Corrija recursos diretamente via links do relatório.
  5. Reenvie para análise.
  6. Use o verificador local nos novos conteúdos.

Estratégias humanas: o que os relatórios não capturam

  • Sempre teste com usuários reais.
  • Conduza entrevistas e coletas de feedback.
  • Avalie a navegação com teclado e leitores de tela reais: NVDA, TalkBack, VoiceOver.
  • Documente erros e correções com data, responsável e ações realizadas.
  • Considere manter versões alternativas quando necessário, mas priorize a inclusão no mesmo ambiente.

Perguntas frequentes (FAQ)

Quais plugins de acessibilidade usar no LMS Moodle?

Recomenda-se o Brickfield Accessibility, o Bloco de Acessibilidade e o VLibras. Todos estão disponíveis no diretório oficial de plugins.


Como uso o verificador dentro de um rótulo ou página?

Basta editar o conteúdo, clicar no botão “Verificador de acessibilidade” na barra de ferramentas e aplicar as sugestões indicadas.


Como adicionar texto alternativo (alt) nas imagens?

Durante a inserção da imagem, preencha o campo “Texto alternativo” com uma descrição objetiva. Se a imagem for decorativa, use alt="".


Como corrijo problemas de contraste de cor?

Substitua as cores conflitantes por combinações de alto contraste. O próprio verificador aponta onde há baixa legibilidade.


O que fazer quando ícones aparecem como <em> e geram erro?

Use classes corretas, adicione aria-hidden="true" a ícones decorativos e forneça rótulo textual para ícones informativos.


Como agendo uma varredura de acessibilidade para o curso inteiro?

No menu Administração do curso, acesse o Kit de ferramentas de acessibilidade e clique em “Enviar para análise”.


A integração com VLibras realmente ajuda usuários surdos?

Ela pode ajudar, mas sempre valide com usuários surdos para verificar se o avatar intérprete é eficiente no seu contexto.


Como testar se as ferramentas funcionam para meus alunos?

Convide alunos com deficiência para testar. Use leitores de tela e colete feedback real sobre a navegação e a compreensão dos conteúdos.

Conclusão

A acessibilidade no LMS Moodle vai além do visual. Ela exige cuidado com conteúdo, testes reais e uso combinado de tecnologias e empatia. Utilize ferramentas automatizadas para mapear problemas, mas nunca substitua a validação com usuários. Inclua, corrija, aprenda — e transforme seus cursos em espaços verdadeiramente acessíveis.

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